A Confederação das Câmaras de Comércio e Indústria Alemãs (DIHK) realizou, no âmbito da crise causada pela pandemia Covid-19, um inquérito junto das empresas, no qual abordou o tema da formação profissional dual.  

No inquérito participaram mais de que 15.000 empresas de diferentes áreas profissionais e de diferentes dimensões. Os resultados demonstram que, apesar do esforço realizado pelas empresas, o número de vagas disponibilizadas para formação sofreu uma redução na ordem dos sete porcento em relação a 2019. Os especialistas justificam esta redução com os efeitos da pandemia, mas também com o facto de ter havido um aumento significativo de vagas na formação profissional, com o número mais alto a ser atingido em 2019. No entanto, nesse mesmo ano, 60 mil vagas ficaram por preencher por falta de formandos e no outono passado a quebra económica que tem afetado sobretudo a indústria alemã levou a uma redução na atividade de formação.

Apesar de tudo, a atual situação está longe da crise que se viveu em 2009. Em 2020 a Agência Federal de Emprego (Bundesagentur für Arbeit) registou mais 100 mil vagas para a formação profissional que em 2009, apesar de menos 120 mil jovens terminarem o ensino regular.

Os setores que registaram um aumento da oferta formativa foram a construção e a saúde. Apesar da situação imprevisível que se vive no momento, as empresas reconhecem a importância de assegurarem mão de obra qualificada: 62 porcento pretendem admitir para os seus quadros os formandos que estão a terminar a sua formação profissional e um número considerável está a considerar admitir pelo menos uma parte dos formandos.

Das empresas inquiridas, 75 porcento conseguiram dar continuidade à formação prática em contexto de trabalho apesar da pandemia, revelando criatividade, organização e flexibilidade. Em 35 porcento das empresas, os formandos trabalham a maior parte do tempo em home office e são acompanhados pelos seus tutores. A preparação dos formandos para os exames tem sido apoiada pelas empresas e está a decorrer através de meios digitais (apps etc.) ou nas empresas, que têm disponibilizado espaços para os formandos.

A crise levou muitas empresas a uma significativa evolução digital. A exigência em competências digitais aumenta a necessidade de colaboradores qualificados, especialmente na área das Tecnologias de Informação. A competitividade da economia alemã vai depender da capacidade tecnológica e inovativa e da disponibilidade de mão de obra qualificada.

O encerramento das escolas profissionais durante a pandemia demonstrou a diferença entre aquelas escolas que já tinham desenvolvido conceitos de aprendizagem digitais e as restantes. No inquérito realizado, 74 porcento das empresas salientam a importância de uma plataforma digital na escola profissional e 64 porcento gostariam que a oferta formativa teórica fosse em b-learning, ou seja, uma forma de ensino que ajuda a diminuir a distância entre formandos e escolas profissionais mais distantes.

Do ponto de vista das empresas formadoras, a digitalização apoiaria uma estreita cooperação e comunicação entre as empresas formadoras e as escolas profissionais.

O estudo completo pode ser consultado aqui (disponível apenas em alemão). 

Fonte: DIHK